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Sertânia em Satyrianas: A arte pulsa novamente em SP

Arte, cultura e reencontros, já podemos sonhar com dias melhores.

Sertânia (Satyrianas, 2021) Em cena: Dionísio Neto e Gabriel dos Anjos | Foto: Raquel Pinheiro

Satyrianas, um nome que você não deve esquecer jamais. Quando convido amigos a frequentar, me perguntam o que é, uma pergunta fácil e difícil de se responder, ao mesmo, tempo. Se por um lado posso resumir como um festival de teatro, por outro lado eu preciso explicar que é um festival horizontal, democrático e acessível, que permite a quem tem, doar quanto quiser para seu grupo de teatro preferido e permite a quem nada tem, doar qualquer moeda em troca de um ingresso para peças, leituras dramáticas, pequenas cenas. O Satyrianas tem de tudo e onde de tudo há, a vida acontece.


Foi no Satyrianas desse ano que fui ao encontro de Sertânia, uma peça inédita, linda, poética, musical, feita em complicadíssimas redondilhas de sete sílabas. Escrita e interpretada por Dionísio Neto, dramaturgo de mão cheia, dono de textos envolventes e peças revolucionárias como Desembestai e Os Dois Lados Da Rua Augusta, Sertânia nos transporta até o sol do sertão, em um clima quente e acolhedor, ritmado como o cordel declamado por Dionísio, na pele do cangaceiro Deus-Te-Guie , que em uma viagem regional encontra com seu pai e sua mãe, em diálogos que mostram relações de amizade, amor e conflitos familiares.


Em um cenário simplista, como geralmente são as produções do Satyrianas, Dionísio brilhou iluminado por um holofote e acompanhado em cena apenas por uma foto real de sua mãe, falecida quando ainda era um menino no Maranhão, pelo músico Gabriel dos Anjos, responsável pela trilha sonora ao vivo, com violão e sanfona e por uma cadeira, um artefato coringa com o qual Dionísio interagia quando havia a necessidade de encarnar outros papeis.

Sertânia (Satyrianas, 2021) Em cena: Dionísio Neto | Foto: Raquel Pinheiro

Depois de tomar uma cerveja ao ar livre com outro grande amigo, entrar no Satyrianas e encontrar Sertânia, foi mais do que um reencontro com o teatro, Sertânia é um reencontro com a poesia, com a música, com o sol, com o calor das pessoas, com a vida e com as reflexões sobre a morte. Sertânia nos carrega por emoções, nos leva do riso ao choro, do curioso ao espanto, do conflito a reconciliação.


Dito isso, tenho certeza de que você também quer mergulhar e se encontrar nessa peça, porém, por enquanto não há previsão para isso. Satyrianas, o nome que você nunca deve esquecer, tem disso, trás textos novinhos, montagens inéditas, apresentações exclusivas – jamais excludentes – que podem ou não ganhar uma montagem oficial. Se fosse para apostar, eu diria que essa peça é uma daquelas que em breve será completamente montada e apresentada pelo circuito nacional, afinal, não é todo dia que nasce Sertânia. Quando lançada, prometo vir contar.


Depois de 20 meses isolado dos amigos, familiares e de todos os anestésicos sociais que a vida tem a oferecer, passados pouco mais de um mês após receber a segunda dose da vacina me permiti largar a disciplina e confiar um pouco na vacina. Não me arrependo e espero que tudo dê certo nesse nosso reencontro com a vida, com a arte, com a cultura e com o lazer.


Quando não souber o que fazer, vá ao teatro. Quando quiser encontrar algo para fazer, vá ao teatro. Quando precisar se sentir vivo e encontrar os amigos, vá ao teatro. No Teatro a vida acontece e acontece com arte!


Teatros, cinemas, a noite e Lula estão voltando, já consigo ser um pouco mais otimista.

Sertânia (Satyrianas, 2021) Em cena: Dionísio Neto e Gabriel dos Anjos | Foto: Raquel Pinheiro

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