Manter os correios é tão importante quanto atualizar o antivírus
Fala-se em vender os correios como se dá palpite sobre microbiologia avançada, de orelhada, mas precisamos pensar no dia seguinte.
Hoje, seis meses após o início da vacinação no Brasil, o número de óbitos volta a crescer nas faixas de idade mais avançados. No Rio de Janeiro, por exemplo, idosos voltaram a ser maioria internada e maioria nas estatísticas de óbito.
No mundo, todas as pesquisas iniciadas pós-início da vacinação mostram quatro informações muito importantes para o futuro da vida regular humana:
1. – A combinação de algumas vacinas aumenta a eficácia da imunização;
2. – A terceira dose da vacina aumenta a imunidade das pessoas contra os casos graves da doença;
3. – A vacinação reduz os casos graves e os óbitos, porém não impede a transmissão do vírus; pessoas vacinadas continuam contaminando outras pessoas;
4. – A imunidade das pessoas contra o vírus cai ao longo do tempo, em diferentes níveis, a depender do esquema vacinal realizado e o imunizante utilizado.
Observando essas quatro certezas, podemos “emular” algumas possíveis realidades para o nosso futuro:
ESCUDO VACINAL:
Uma das possibilidades é que a vacinação seja uma transição agressiva e necessária e resolva o problema no médio prazo. Nessa hipótese podemos ter que tomar a 3ª e até 4ª dose em ritmo acelerado, de forma a neutralizar os riscos até a contaminação chegar a nível zero ou bem próximo disso. O intervalo entre as doses de reforço pode ter que acontecer em um período de seis em seis meses, o que nos países mais desenvolvidos, ou em países como o Brasil, com um programa de imunização regular, isso pode não ser nenhum problema grave, estressando um pouco o sistema de saúde, esse período é realmente possível.
É para essa primeira hipótese que o mundo está caminhando, esse é o plano A, ou seja, dando tudo certo, em alguns anos a Covid praticamente acaba, ou ganha tratamentos/medicamentos eficientes para a cura da doença. Mas, pode ser que nem tudo dê tão certo assim. Países pobres, com pouca expressão econômica ainda têm dificuldade em receber vacinas, já o líder econômico mundial, os EUA, têm dificuldades para convencer uma parte imensa de sua população que acredita e adere em massa a toda sorte de teorias conspiratórias.
EN/PANDEMIA PERMANENTE:
Esse déficit vacinal, somado ao negacionismo daqueles que fogem da vacina e, claro, a ausência completa de políticas de isolamento em países como o Brasil, faz com que o vírus se transmita em velocidade acelerada gerando novas variantes e, eventualmente, surgem variantes mais agressivas e resistentes às vacinas, o que pode tornar necessária uma vacinação contínua tanto para fortalecer os anticorpos já inseridos no organismo por vacinas anteriores, quanto atualizações vacinais, novas fórmulas e tecnologias/plataforma de vacinas que se mostrem eficientes contra novas variantes preocupantes, seja pela transmissibilidade, seja pela agressividade do ataque ao organismo.
Para ficar mais fácil de entender, nessa segunda hipótese a doença não acabaria, teríamos apenas que aprender a conviver com elas e atualizar nossos anticorpos para combatê-la. As vacinas teriam que ser disponibilizadas em massa, o mais rápido possível para todas as pessoas atualizarem sua vacinação antes daquelas doses se tornarem “obsoletas”, igual aquelas atualizações de segurança que o Windows pede para baixar dia sim, dia também. Porém, com mão de obra limitada a velocidade de vacinação não pode ser tão rápida quanto atualizar o Windows de bilhões de pessoas no globo terrestre, é aí que os correios entrariam em ação.
A IMPORTÂNCIA DOS CORREIOS PARA O BRASIL:
Sendo a única empresa logística com 100% de cobertura nacional, os correios podem se fazer necessários para entregar trimestral, ou, semestralmente uma dose de vacina para todas as pessoas do país. Talvez um kit com agulha e uma cápsula dentro de um invólucro térmico para o cidadão alimentar sua “caneta aplicadora”, um dispositivo semelhante às canetas aplicadoras de insulina, ou às de epinefrina, comumente utilizada em pessoas alérgicas quando sofrem choques anafiláticos.
Talvez este editorial tenha viajado, tomara que sim e que nós nunca precisemos de um esquema de guerra como esse para manter a segurança biológica de uma nação, mas, dois anos atrás, quantos de nós realmente pensava sobre a iminência de uma pandemia como essa? Acometeu...
Porém, se o vírus continuar se mostrando tão ameaçador e as 3ªs e 4ªs doses não forem suficiente para conter essa pandemia, seria muito importante ter uma empresa estruturada, de cobertura nacional — com mais compromisso com a eficiência do que com o lucro — para viabilizar com o menor custo possível a chegada da vacina, do livro, da carta, do celular, do computador e de tudo que qualquer cidadão precisar receber, em qualquer lugar do país a um preço justo e acessível a todos.
Se você só recebe coisas pelos correios, mesmo com todos os problemas que uma operação desse tamanho possa apresentar, não é porque você ou o lojista é obrigado, ou porque as demais empresas não podem fazer, pelo contrário, é porque os correios é o melhor custo/benefício/cobertura de frete do Brasil. Se não fosse por isso, suas compras chegariam de FEDEX, eu sei, mas o FEDEX talvez nem queira te atender, porque o frete daria prejuízo para a empresa, como dá para os correios em muitas situações, mas enquanto a empresa for estatal, os correios entregam para você.
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