LISTA: 5 séries dos anos 90
Atualizado: 29 de out. de 2021
O baú das séries está aberto, vamos desbravar essa década que guarda algumas das maiores e melhores pérolas da televisão americana.
O portal Dossiê etc começará na próxima quarta-feira a mergulhar um pouco nas séries noventistas, não só para lembrar algumas das melhores séries daquela década, como também fazer com que você leitor que, infelizmente, não cresceu naquela época e você que como eu, foi criança naqueles dias, descubram e relembrem séries fantasiosas, cheias de humor e clássicos que foram essenciais para algumas produções de hoje.
O que você precisa saber antes de começarmos a lista é que, eu só considerei dramas, caso contrário a lista seria dominada por comédias, também só considerei séries que tiveram todas ou mais da metade das temporadas nos anos 90 ou que tenha atingido o ápice naquela década, por isso The Sopranos e Law & Order: Special Victmis Unit não estão na lista, tentei fugir o máximo da caixinha do óbvio e incluir séries menos conhecidas, ou seja, é uma lista para você descobrir séries noventistas, agora sem mais delongas e modéstia parte, essa lista está a coisa mais linda, saca só:
5. Picket Fences (1992 - 1996)
Criado por David E. Kelley
O primeiro sucesso de David E. Kelley, um criador que sempre, desde os anos 90 até os anos 2010, sempre soube como chegar no público, dentre suas criações mais recentes estão Big Little Lies (HBO) e Nove Desconhecidos (Amazon Prime), só que lá atrás ele conquistava seu primeiro de muitos prêmios de melhor série, essa que é tranquilamente uma das coisas mais bizarras que você vai assistir.
Os americanos sempre gostaram de contar histórias que se passam em pequenas, minúsculas cidades do interior, onde tudo parece tranquilo, todo mundo se conhece, todos são amigos e coisas do gênero, seguindo esse caminho chegamos na, aparentemente, pacata cidade de Rome, Wisconsin – um lugar comum e ultraconservador, mas que de uma hora pra outra, passa a conviver com estranhos casos de violência, batatas, maquinas de lavar louça e fantasias de teatro são usadas como arma para assassinar pessoas. Sim, é isso mesmo.
Os protagonistas da série são o xerife Jimmy Brock (Tom Skerritt) e sua esposa a Dra. Jill Brock (Kathy Baker), eles conhecem todo mundo, ele, o chefe da polícia, e ela, a chefe do hospital da cidade, estão sempre envolvidos nos bizarros casos que dominam os episódios, seus vizinhos moram ali, em casas lindas por fora, mas com habitantes para lá de horrorosos. Em um dos episódios mais marcantes, uma mulher é assassinada e enfiada dentro da máquina de lavar pratos e essa é só uma das bizarrices, outras incluem assassinos em série vestidos de sapo, pessoas tomam banho escondido umas nas casas das outras, uma série diferente, daquelas que definitivamente não existem mais, infelizmente.
Onde assistir: indisponível
4. Plantão Médico / ER (1994 – 2009)
Criado por Michael Crichton
O verdadeiro drama hospitalar, tudo o que veio depois não passa de uma cópia e para você que gosta de Grey’s Anatomy, lhe garanto que o drama do County Hospital, em Chicago, faz a série de Shonda Rhimes parecer brincadeira de criança.
O drama dos médicos e enfermeiros que trabalham no setor de emergência do County tornou-se uma preocupação mundial e por mais de 15 anos, Plantão Médico (como era exibida aqui no Brasil) ocupou o horário de maior audiência da TV.
O criador Michael Crichton foi o autor de Five Pacients (1970), que tinha como enredo suas experiências médicas no final dos anos 60. Alguns anos depois ele escreveu um filme ambientado em uma sala de emergência, engavetado por anos a fio até que Crichton conheceu Steven Spielberg, que estava interessado em filmar Jurassic Park, que também foi escrito por Crichton, foi quando o diretor sugeriu que ER fosse filmado como um longa-metragem piloto para a televisão. Deu certo e a ideia que originalmente teria apenas seis episódios, durou nada menos que 15 temporadas.
ER foi a série mais assistida nos Estados Unidos durante anos consecutivos, o drama das emergências era encabeçado por Dr. Mark Greene (Anthony Edwards), o Pediatra Doug Ross (George Clooney) e a enfermeira Carol Hathaway (Julianna Margulies), os episódios tratavam vários casos, a cada cena um novo paciente entrava no hospital com vários problemas diferentes e se você já ouviu falar de uma série que filmou um episódio ao vivo, pois é, foi essa.
Onde assistir: HBO Max
3. Twin Peaks (1990-1991; 2017)
Criado por David Lynch e Mark Frost
O diretor mais bizarro – no melhor sentido da palavra – do cinema, David Lynch, já tinha nos brindado com filmes como O Homem Elefante (1980) e Veludo Azul (1986) e achava que o mundo estaria preparado para sua famosa criação para televisão, infelizmente, o público das séries não é o mesmo do cinema, logo, a audiência não estaria preparada para desvendar o mais popular crime dos anos 90: Quem matou Laura Palmer?
No primeiro episódio, na primeira cena, somos apresentados ao crime, uma bela e popular colegial é encontrada sem roupa e amarrada à margem de um lago. A cidade rural de Twin Peaks fica arrasada, o FBI é chamado e não demora para o detetive Dale Cooper (Kyle MacLachlan) descobrir que a aparente calma cidade, na verdade é um terrível submundo de corrupção, violência e drogas.
Se você nunca ouviu falar dessa série, eu sinto em lhe dizer, mas como os personagens, você deve viver em um mundo paralelo, Twin Peaks fez sucesso da noite para o dia e depois da curta primeira temporada virou fenômeno cultural, com fanáticos investigando qualquer pista, por menor que fosse, na esperança de desvendar antes do detetive, quem matou Palmar.
O problema é que os criadores nunca tiveram a intenção de revelar quem era o assassino, mas a emissora pressionou ambos para uma segunda temporada e que revelassem quem era o assassino, não deu em outra, trabalhando sob pressão, a série perdeu sua essência e acabou cancelada, não foi problema, já que como mencionei, era um fenômeno, mais de 20 anos passados, a série voltou para então concluir o seu ciclo.
Onde assistir: Netflix
2. O Desafio / The Practice (1997 – 2004)
Criado por David E. Kelley
David E. Kelley era apenas um dos melhores roteiristas da televisão nos anos 80, ganhou muitos prêmios de melhor roteiro por L.A Law (1986 – 1994), considerado uma das melhores séries dos anos 80, também era um drama jurídico, foi dessa experiência que Kelley viria criar as premiadas O Desafio (The Practice) e Ally McBeal (1997 – 2002) dois dramas de advogados carrancudos.
Bobby Donnell (Dylan McDermott) é um empolgado advogado que luta para manter funcionando seu pequeno escritório de advocacia em Boston, ele é repleto de sonhos e ideais, não demorou muito para seu chão desabar, ele chega à conclusão que ser um bom advogado de defesa seria muito mais complicado do que ele imaginou, junto de seus funcionários ele trilha uma linha tênue entre vencer seus próprios princípios e suas obrigações legais como advogado.
Os episódios são dominados por casos absurdos e inteligentes, diálogos fortes e atuações ponderadas. Kelley a cada temporada elevava o potencial dos casos, os personagens são cheios de camadas, todos eles têm o seu momento e os atores convidados costumavam roubar a cena, não é por menos, que todo santo ano, eles ganhavam o Emmy de melhor ator ou atriz convidados.
Onde assistir: Hulu
1. Northern Exposure (1990 – 1995)
Criado por John Falsey e Joshua Brand
Bem-vindo a Cicely, Alaska! O meu coração até pulsa quando me lembro do quanto essa série é maravilhosa, mas o que ela tem demais, se liga só no enredo: O Dr. Joel Fleischman (Rob Morrow, maravilhoso) é um nova iorquino de pedigree, ele acaba de ser transferido, a contragosto, para uma cidade minúscula chamada Cicely, no Alaska, onde ele deverá trabalhar por quatro anos a fim de pagar um empréstimo estudantil feito ao estado. O lugar é um daqueles estranhos, com pessoas estranhas onde coisas estranhas acontecem. Joel tem de lidar com os efeitos da aurora boreal, pessoas correndo pela cidade entre uma troca e outra de estação, pessoas congeladas, gêmeos e tantas outras coisas.
Joel é muito bem recebido por todos aqueles humanos estranhos, especialmente por Maggie, uma linda mulher com “jeito de menino”, eles seriam a prova que os opostos se atraem, no decorrer dos episódios eles se amam e se odeiam na mesma proporção, suas discussões constantes camuflavam os sentimentos entre os outros estranhos habitantes. Maurice é um ex-astronauta, agora milionário e dono de quase tudo na cidade, Chris é a voz da cidade na rádio local e Ed, um cinéfilo que viaja na maionese.
Northern Exposure é um dos casos que mostram que a simplicidade e um bom protagonista, são o suficiente para uma série perfeita. Os episódios, como mencionei, são repletos de coisas estranhas, mas os personagens têm uma simplicidade e uma leveza que tornam tudo uma graça, descontraídos, carismáticos e situações embaraçosas, no fim essa foi considerada a irmã bem-humorada de Twin Peaks, e não, não tem nenhum assassinato misteriosos aqui.
Onde assistir: Indisponível
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