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Critica – Em Um Bairro de Nova York (Jon M. Chu, 2021)

Lin-Manuel Miranda e sua saga para conquistar o mundo com musicais

Em Um Bairro de Nova York (Jon M. Chu, 2021) | Em Cena: Usnavi (Anthony Ramos) e Vanessa (Melissa Barrera) em destaque, com grande elenco ao fundo.

O nome Lin-Manuel Miranda pode não ser familiar para você, mas isso é só questão de tempo, já que, depois de conquistar os palcos da Broadway, ele enfiou na cabeça a ideia de conquistar o público nos cinemas.


O multifacetado Miranda é ator, diretor, produtor e roteirista, não só isso, é um fanático por musicais, seu primeiro passo foi estrelar a continuação de um clássico da Disney, O Retorno de Mary Poppins (Rob Marshall, 2018), mas foi no ano passado que seu nome explodiu com Hamilton (Thomas Kail, 2020) uma peça filmada que fez um sucesso de crítica e público, era tudo que Miranda precisava, já que Em Um Bairro de Nova York é adaptação de uma peça dele para a Broadway, o mesmo ainda dirigiu um filme chamado Tik, Tik ... Boom(Lin-Manuel Miranda, 2021) com previsão de estreia para outubro na Netflix, todos musicais.


O musical In The Heights – nome original do filme – como mencionado acima, é adaptação de uma peça de mesmo nome para a Broadway que estreou originalmente nos palcos em 2007, de lá para cá conquistou público e muitos prêmios, o suficiente para que os magnatas de Hollywood comprassem os direitos e o transformassem em filme, esse dirigido por Jon M. Chu, diretor de Podres de Rico (2018).

O filme se passa em Washington Heights, um distrito de Nova York, um lugar onde os latino-americanos dominaram. O protagonista é Usnavi (Anthony Ramos), um sonhador e amigo de todos no bairro, ele possui uma bodega – um daqueles mercadinhos de esquina aqui no Brasil – no decorrer do filme, somos apresentados aos amigos de Usnavi, todos sonhadores e com alguma ambição.


Usnavi quer voltar para a República Dominicana, seu primo que trabalha na Bodega junto dele, quer ir para a faculdade em New York, sua amada Vanessa (Melissa Barrera), quer ser uma estilista e por aí seguem os sonhos dos sonhadores.


Os mais afeiçoados a musicais sabem como funciona a fórmula, aos que não estão acostumados ou não gostam, precisam de certa paciência e empatia com o filme, os números musicais são longos e grandiosos – no quesito qualidade de produção – Chu, filma sua saga em locações reais, nas ruas exatas cantadas por seu elenco, mas isso falando das músicas, porque no demais, o filme aproveita muito bem o momento que os Estados Unidos estão, abraçando como nunca culturas estrangeiras.


Os personagens são todos latino-americanos e o filme mostra com qualidade o cotidiano, o lugar que esses imigrantes criaram e vivem, a cultura, a língua, os figurinos e não espere por uma tragédia ou momentos ruins para com os personagens, esse não é o foco do filme.

O roteiro de Quiara Alegría Hudes foca nas relações humanas e no amor entre Usnavi e Vanessa, na ambição de Sonny (Gregory Diaz), Benny (Corey Hawkins) e Nina (Ariana Greenblatt), tudo isso cantando e dançando.

Em Um Bairro de Nova York (Jon M. Chu, 2021) | Em Cena: Usnavi (Anthony Ramos) e Sonny (Gregory Diaz) em destaque segurando a bandeira da República Dominicana, com grande elenco ao fundo.

As músicas são boas, mas é uma sucessão de canções que, apesar de serem boas, não perduram, não marcam, as coreografias são lindas, o elenco segue a cartilha de atuações sem grandes momentos, se a Warner focar na campanha, o filme com certeza conseguirá indicações ao Globo de Ouro de melhor filme comédia ou musical e melhor ator para Anthony Ramos, já para o Oscar, a conversa é outra.


Lin-Manuel Bandeira é um cara muito positivo e tem formado toda uma turma que pensa igual. Em Um Bairro de Nova York não aqueceu meu coração, não me fez cantar ou pular da cadeira enquanto o assistia, também não me fez criar qualquer tipo de laço com os personagens ou situações e não por falta de carisma ou empatia da minha parte, mas sim porque não tem para o que, ou, para quem torcer.

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